Perito apontou 7 perfurações no corpo de jovem que morreu após procedimento estético
16/09/2025
(Foto: Reprodução) Mulheres relatam sequelas após procedimentos com médico preso por morte de jovem
Em depoimento à Delegacia do Consumidor na segunda-feira (15), um perito afirmou que a necropsia feita por ela constatou 7 perfurações no corpo de Marilha Menezes, de 28 anos — jovem que morreu após um procedimento de hidrolipo em um hospital-dia de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
José Emílio de Brito, médico responsável pelo procedimento, foi preso na noite de segunda-feira (15).
Segundo o perito, foram 3 feridas no lado direito, 3 no lado esquerdo e 1 na região do cóccix, todas compatíveis com cirurgias de lipoaspiração ou hidrolipo.
Pelo menos 2 feridas penetrantes atingiram a cavidade abdominal de Marilha, provocando a hemorragia interna apontada como causa de sua morte.
O legista ainda afirmou que José Emílio deveria ter feito uma solicitação de remoção do corpo para a delegacia local, para necropsia no IML. No entanto, segundo ela, o médico afirmou na declaração de óbito que o motivo da morte de Marilha foi broncoaspiração e parada cardiorrespiratória.
Médico que conduziu cirurgia durante a qual jovem morreu é preso
Reprodução
Médico preso
José Emílio foi preso na Tijuca, na Zona Norte do Rio, e contra ele havia um mandado de prisão temporária.
Semana passada, a polícia interditou a clínica Amacor, em Campo Grande, onde o médico alugava uma sala para realizar procedimentos estéticos. O local tinha medicamentos vencidos e não possuía condições adequadas.
Foi lá que Marilha Menezes Antunes morreu no dia 8 de setembro. O laudo do IML apontou perfuração no rim e hemorragia interna.
José Emílio de Brito responde a pelo menos 10 processos na Justiça. Circunstâncias semelhantes já haviam provocado a morte de outra paciente em 2008, em uma casa de saúde no Jardim América. Por esse caso, José Emílio foi condenado em 2018 a 2 anos e 4 meses por homicídio culposo. A pena foi substituída por prestação de serviços e multa.
Quatro ex-pacientes do médico já foram intimadas a depor. Muitas relatam constrangimento para falar, já que buscaram melhorar a autoestima e acabaram com marcas e sequelas.
Nesta segunda-feira, depoimentos sobre a morte de Marilha foram retomados na Delegacia do Consumidor. Integrantes do Samu que prestaram socorro, uma ex-paciente, além do pai e da irmã da jovem foram ouvidos.
“Eu estou muito emocionada, hoje faz uma semana. Onde ela estiver, que ela saiba que a justiça vai ser feita. E ele não vai matar mais ninguém”, disse Léa Caroline Menezes, irmã da Marilha, após a prisão.
Marilha Menezes Antunes era técnica de segurança do trabalho em uma companhia aérea
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