Polícia mira esquema que manipulava bancos de dados de mandados de prisão, multas de trânsito e débitos de IPVA

  • 18/12/2025
(Foto: Reprodução)
Polícia mira esquema que manipulava mandados de prisão em operação em Cabo Frio A Polícia Civil prendeu, na manhã desta quinta-feira (18), três suspeitos de operar um esquema criminoso de invasão a sistemas públicos para a manipulação de mandados de prisão e de dados judiciais, como multas de trânsito e débitos de IPVA em Cabo Frio, na Região dos Lagos. De acordo com as investigações, o grupo cobrava cerca de R$ 3 mil para ocultar ordens judiciais no Banco Nacional de Medidas Penais, o que permitia beneficiar criminosos ligados à facção Comando Vermelho. De acordo com a polícia, os criminosos acessavam o Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP) utilizando VPNs e credenciais obtidas de forma ilícita. Como não era possível excluir os mandados, eles alteravam dados que permitiam a localização das ordens judiciais (veja a nota do Conselho Nacional de Justiça mais abaixo). Dessa forma, ao consultar o sistema pelo nome correto, policiais não encontravam registros ativos, criando a falsa impressão de inexistência de mandado de prisão. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça No decorrer do inquérito, os investigadores identificaram que o grupo também utilizava o mesmo esquema para manipular outros bancos de dados públicos, incluindo registros de multas de trânsito e débitos de IPVA, ampliando o alcance da fraude e os prejuízos causados ao Estado. Ainda de acordo com a Polícia Civil, os criminosos ameaçavam os próprios contratantes, afirmando que, caso não efetuassem o pagamento, novos mandados de prisão poderiam ser inseridos contra eles. Investigação Para chegar aos envolvidos, os agentes identificaram inicialmente os responsáveis pela divulgação dos anúncios nas redes sociais e passaram a rastrear o fluxo financeiro do esquema. Nesse processo, foi constatado que a namorada de um dos suspeitos cedia a própria conta bancária para a movimentação do dinheiro obtido ilegalmente, o que levou à identificação de conexões com criminosos em Minas Gerais. O líder do grupo também foi localizado. Ele já havia trabalhado em empresas de certificados digitais e, com conhecimento técnico, conseguiu fraudar um mandado de prisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Após o sucesso da prática criminosa, passou a oferecer o serviço a terceiros. O homem já havia sido preso em setembro por agentes da 36ª DP (Santa Cruz), por violação de segredo profissional, associação criminosa e estelionato. Até o momento, as investigações não apontam envolvimento direto de servidores públicos. Segundo a Polícia Civil, os profissionais afetados teriam sido vítimas de roubo de dados de login e senha, utilizados indevidamente pelos criminosos para acessar os sistemas oficiais. Policiais civis cumprem mandados em Cabo Frio Reprodução Nota do CNJ: "O Conselho Nacional de Justiça esclarece que não é possível apagar ou ocultar diretamente mandados de prisão no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões (BNMP). Os fatos investigados dizem respeito ao uso fraudulento de credenciais legítimas de acesso, obtidas de forma criminosa, o que permitiu a prática de atos formais no sistema, como revogações, contramandados ou alterações indevidas de dados, gerando a falsa impressão de inexistência de ordens judiciais ativas. O BNMP possui camadas de segurança e autenticação multifator. Em situações de comprometimento integral das credenciais institucionais de usuários, inclusive e-mail funcional e certificados digitais, esses acessos podem ser utilizados de forma ilícita, sem que isso caracterize invasão, exclusão de registros ou falha estrutural do sistema. O CNJ acompanha e registra episódios dessa natureza em procedimentos próprios e adota medidas contínuas de monitoramento, rastreabilidade e aprimoramento da segurança dos sistemas. Não há indicação de envolvimento funcional de servidores públicos, que figuram como vítimas do furto de credenciais."

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/12/18/operacao-em-cabo-frio-grupo-criminoso.ghtml


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