Polícia vai ouvir gêmea de 'serial killer' nesta terça em SP, diz defesa; irmãs estão presas por 4 mortes

  • 14/10/2025
(Foto: Reprodução)
Universitária é presa acusada de ser 'serial killer' e matar 4 pessoas envenenadas em SP. A Polícia Civil vai ouvir nesta terça-feira (14) a irmã gêmea da "serial killer" acusada de envenenar e matar quatro pessoas, entre janeiro e maio, nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. A informação foi dada ao g1 pela defesa das irmãs, que estão presas pelos crimes. O interrogatório de Roberta Cristina Veloso Fernandes, de 36 anos, será feito nesta tarde no 1º Distrito Policial (DP) de Guarulhos, na Grande São Paulo, segundo o advogado Almir da Silva Sobral. Roberta é suspeita de ajudar a irmã Ana Paula Veloso Fernandes a cometer os assassinatos. Ana Paula é universitária e apontada pela investigação como assassina em série. De acordo com a polícia, a estudante de direito contou também com a ajuda de Michelle Paiva da Silva, de 43 anos, filha de uma das vítimas, nos homicídios. Ela também está presa. Esta reportagem começa com um novo formato de vídeo. Diga o que você achou. Defesa das irmãs As irmãs gêmeas Roberta Cristina Veloso Fernandes (à esquerda) e Ana Paula Veloso Fernandes (no centro) estão presas por homicídios Reprodução "O interrogatório de Roberta está marcado para hoje à tarde no 1º DP da cidade", falou o advogado Almir Sobral. "Irei acompanhar minha cliente na delegacia que investiga o caso." Roberta foi presa em agosto pela polícia. Após o interrogatório, ela deverá ser indiciada por ajudar Fernanda nos quatro assassinatos. Fernanda foi detida em julho e já foi interrogada. A universitária é ré na Justiça por todos os homicídios. Questionado pela reportagem sobre qual é a linha de defesa de suas clientes para as acusações, o advogado informou, por meio de nota, que ainda não há provas das participações delas nos crimes. "Reconhecemos a gravidade dos fatos investigados e a comoção social que geram. No entanto, o dever desta defesa é acompanhar a investigação com a seriedade e a discrição exigidas, zelando estritamente pelos direitos de Ana Paula. Nesta fase, em que as provas ainda estão sendo formadas e examinadas, não é possível, e (seria temerário), afirmar ou negar categoricamente qualquer tese defensiva", informa trecho da nota do advogado de Roberta e Ana Paula divulgada à imprensa. "Nossa atuação se concentra em garantir o devido processo legal, a legalidade da colheita de provas e o acesso pleno aos autos, o que está ocorrendo pela defesa", afirma. E emenda: "Reforçamos que não há, neste momento processual, elementos robustos e definitivos que autorizem a conclusão sobre a sua participação. A Defesa reserva-se o direito de, no momento oportuno e após a conclusão da fase policial, manifestar-se detalhadamente nos autos e em Juízo. Acreditamos que, ao final da apuração, a verdade real virá à tona". O g1 não conseguiu localizar a defesa de Michelle para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem. Laudo aponta 'chumbinho' Filha é suspeita de matar pai envenenado com feijoada Laudo da Polícia Técnico-Científica confirmou a presença de inseticida em grãos em um frasco transparente de vidro apreendido na casa onde a "serial killer" mora em Guarulhos. Segundo a Polícia Civil, o objetivo da universitária era ficar com os bens e dinheiro das vítimas. Documento do Instituto de Criminalística (IC) informa que o veneno identificado na perícia tem a substância "terbufós" _composto químico usado na agricultura contra insetos. Sua venda é permitida no Brasil. Mas seres humanos e animais não podem ter contato com o produto sob o risco de intoxicação e até morte. A Polícia Civil investiga se Ana Paula usou esse agrotóxico em lanche, bolo, feijão e milkshake para envenenar as vítimas. A universitária é ré na Justiça pelos assassinatos de Marcelo Hari Fonseca, Maria Aparecida Rodrigues, Neil Corrêa da Silva e Hayder Mhazres. Todas as quatro vítimas morreram com edemas nos pulmões e outros sinais internos característicos de envenenamento, segundo as autoridades. Três dos quatro corpos foram exumados para análise pericial complementar. Exames periciais Ana Paula Veloso Fernandes foi presa acusada de envenenar e matar quatro pessoas. Laudo do IC confirmou presença de inseticida (à esquerda e à direita) em frasco encontrado na casa onde estudante morava em Guarulhos, Grande São Paulo Reprodução O 1º DP de Guarulhos aguarda outros exames periciais para saber se o veneno encontrado na casa da assassina em série também foi usado para matar as quatro vítimas. Ou se outra substância foi dada a elas. Os resultados ainda não ficaram prontos. "Nossa investigação nos levou a crer que Ana Paula matou quatro pessoas envenenadas", disse ao g1 o delegado Halisson Ideiao Leite, que apura o caso. "Aguardamos os exames para saber qual substância ou quais substâncias foram usadas." O que as vítimas comeram antes de morrer Ana Paula Veloso Fernandes (ao centro) é acusada de matar Marcelo Hari Fonseca (no alto à esquerda), Maria Aparecida Rodrigues (no algo à direita), Neil Corrêa da Silva (abaixo à esquerda) e Hayder Mhazres (abaixo à direita) Reprodução Veja abaixo, segundo a investigação, quem são as quatro vítimas, o que cada uma comeu antes de morrer, quando faleceram e onde: Marcelo Hari Fonseca: dono de um imóvel em Guarulhos, onde alugava os fundos para Ana Paula. Morreu em casa em 31 de janeiro após comer um sanduíche que pode ter sido envenenado. Após sua morte, a universitária passou a exigir da família do homem que ela tinha direito a continuar na residência. A mulher alegou que teve envolvimento amoroso com ele, o que é mentira, segundo a polícia; Maria Aparecida Rodrigues: uma amiga virtual. Conheceu Ana Paula por um aplicativo de relacionamento. Depois foi até a casa da estudante onde comeu um bolo que estaria com veneno. Voltou para sua residência em Guarulhos, se sentiu mal e morreu em 11 de abril; Neil Corrêa da Silva: pai de Michelle, que é amiga de Ana Paula e ex-colega de faculdade dela. Segundo a polícia, a filha pagou R$ 4 mil para a "serial killer" ir até Duque de Caxias, no Rio, onde o homem de 65 anos morava. Depois, a universitária colocou veneno no feijão dele. O idoso passou mal e morreu em 26 de abril; Hayder Mhazres: tunisiano de 21 anos, morador da capital paulista, conheceu Ana Paula por um aplicativo de encontros. Segundo a polícia, após se envolver com ela, quis terminar o namoro, o que levou a estudante a querer matá-lo. A "serial killer" estava com ele quando o rapaz tomou um milkshake, passou mal e parou num hospital. Para a investigação, a bebida foi envenenada. Após a morte, familiares da vítima disseram que Ana Paula dizia estar grávida do rapaz e que os procurou para pedir dinheiro. De acordo com a investigação, ela mentiu sobre a gestação. Polícia, MP e Justiça Estudante de Direito é suspeita de envenenar e matar pelo menos quatro pessoas Em todos esses casos acima, Ana Paula estava com as vítimas ou procurou a polícia para contar sobre as mortes delas. Isso acabou chamando a atenção dos policiais, que passaram a desconfiar da universitária. A Justiça ainda não marcou a audiência para decidir se leva Ana Paula a júri popular pelos assassinatos. O Ministério Público (MP) deverá denunciar Roberta também pelas quatro mortes, mas como coautora dos crimes. Sobre Michelle, a Promotoria deverá acusá-la por ter participado do homicídio do seu pai. As três presas continuam sendo investigadas pela Polícia Civil, que apura se há mais vítimas. Ana Paula está presa preventivamente numa unidade prisional na capital paulista. Roberta e Michelle estão detidas temporariamente em presídios de Guarulhos. LEIA MAIS: 'Serial killer' acusada de matar 4 pessoas é estudante de Direito e já tentou envenenar colegas com bolo em faculdade em SP Restaurante Jamile não tinha autorização da prefeitura para reformas, incluindo mezanino que desabou e matou cozinheira

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/10/14/policia-vai-ouvir-gemea-de-serial-killer-nesta-terca-na-grande-sp-diz-defesa-de-irmas.ghtml


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