‘Vou te dar o seu netinho’: bancária morta na Linha Amarela fazia planos para engravidar, diz sogra
01/11/2025
(Foto: Reprodução) Polícia investiga morte de bancária na Linha Amarela
A bancária Bárbara Elisa Yabeta Borges, de 28 anos, que morreu na tarde da sexta-feira (31) após ser baleada na cabeça durante um tiroteio na Linha Amarela, uma das principais vias expressas da Zona Norte do Rio, planejava engravidar no próximo e havia sido promovida nos últimos meses.
Na manhã deste sábado (1º), a mãe, a sogra e um tio de Bárbara estiveram no Instituto Médico-Legal (IML) do Centro para liberarem o corpo.
Muito abalada, Andreia Assis, sogra de Bárbara, contou que foi o marido da jovem que alertou a família sobre a mulher estar no hospital. Ele viu que o celular dela estava no Hospital Federal de Bonsucesso.
Bárbara estava no banco traseiro de um carro por aplicativo, voltando de uma visita a um cliente na Ilha do Governador, com destino ao bairro do Cachambi, onde almoçaria com a mãe antes de seguir para casa, na Barra da Tijuca.
A sogra Andreia Assis (a esquerda) e Elizabeth Borges (mãe de Bárbara ao centro) no IML do Centro do Rio
Reprodução/TV Globo
“Na terça-feira (28), ela olhou pra mim e disse: ‘Sogra, tire o chip, porque no ano que vem vou te dar o seu netinho’”, contou emocionada a sogra da jovem.
“Eles já tinham até comprado uma viagem para fazer antes de ela engravidar. Ela estava muito feliz com a promoção no banco e por ter tirado a carteira de motorista. Era uma menina doce, tranquila, com um coração enorme”, lembrou Andreia.
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Segundo o motorista do veículo de aplicativo, os disparos ocorreram na altura da passarela do Fundão, nas proximidades do Complexo da Maré. Bárbara foi socorrida e levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Bárbara Elisa Yabeta Borges
Reprodução
Casada desde o ano passado, Bárbara e o marido faziam planos para aumentar a família.
O marido de Bárbara estava em São Paulo a trabalho quando soube do ocorrido. Segundo a sogra, ele estranhou ao ver que o GPS do celular da esposa indicava que ela estava no hospital. “Achamos que ela tivesse passado mal ou se ferido. Mas ela já chegou praticamente sem vida”, relatou.
“É muito triste o que está acontecendo no Rio de Janeiro. A gente trabalha, luta pelo pão de cada dia, como ela estava fazendo, e morre. Vivemos com medo, sem saber se vamos voltar vivos para casa. É uma sensação de impotência”, desabafou Andreia.
Horas antes de ser atingida, Bárbara fez uma publicação em suas redes sociais sobre o valor das relações humanas.
“Por favor, cuide de quem te ama. Cuide de quem te escuta, de quem te espera, de quem te quer bem. Não negligencie o essencial”, escreveu. “O que tem valor, quando vai embora, leva um pedaço da gente junto. E, acredite, é caro demais perder aquilo que não tem preço”.
A Delegacia de Polícia Civil investiga o caso.
A Polícia Militar informou que o tiroteio ocorreu durante um confronto entre criminosos na altura do Morro do Timbau, no Complexo da Maré. Um fuzil foi apreendido no local, e o policiamento foi reforçado na região.
Bárbara Elisa Yabeta Borges
Reprodução